sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Anular .


Sempre soube que é mais valioso um injusto pontual, do que dois justos atrasados.

Estava eu adiantado, estavam eles atrasados.Assistia o nada acontecer, as coisas não acontecendo e idealizando o que podia acontecer.

Pensei em fumar, mas fumaça só, nunca me acompanha.Estava tão cansando como o lento ponteiro do meu relógio.Quando esperamos, temos a esperança do tempo ser veloz.

Planejar as palavras é aceitar que nunca diremos nada do que pensamos, irei esquecer.

Dos fatos restaram a saudade, da noite restou a vontade de não amanhecer.

Viver sem palavras é aceitar que nunca viveremos nada do que pensamos, nunca irei esquecer.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pra trinta dias.


Um casal, dois jogadores e um amor defendido no xadrez.Pedras brancas pra eu começar este jogo que irá me terminar.Não existe vitória naquilo que sempre se perde.

Éramos amadores no jogo e no amor, o silêncio dessa ultima semana deixava claro; ela desejava o xeque-mate e eu um empate.

Foram três movimentos de uma tristeza em preto e branco, nenhum Bispo perdoaria a minha covardia em atacar aquele sorriso de Rainha dela com meus peões e torres.

Minhas opiniões fracassaram na defesa do meu rei, o deixei sozinho.Sem defesa e sem ninguém, assim como começamos e assim terminaremos sendo alguém que deseja viver sem ninguém.Ela terminaria antes da novela das seis e eu lamentaria até a das nove.

Dito e cruel, uma peça preta pra uma branca morrer.Um rei morto por um cavalo em “L”.A derrota era minha e dela.Podia ser uma melhor de três, mas amor a primeira vista não pode ter segunda chance.

Um xeque-mate, e ela apenas me pediu que não a mate por ser infeliz.

Não respondi, uni as peças pra dentro da caixa e olhei a única e ultima vez pra asassina do meu rei e coração.