sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Carrossel


Pulava a terceira faixa de um disco velho, destes novos discos velhos, sem encarte ou capa, a sensação de ouvir algo perdido e desafinado era de desconhecer o passado juvenil e o idoso presente.
Vivo num passado que nem mesmo estive as minhas lembranças são vagas e desconstruídas desfaço do prazer de guardá-las, desfaço de ocasiões passadas, de dias que não choveram, não não.Não acho que o passado foi um imenso erro,errei poucas e agravantes vezes,errei em não sentir falta de abraços em ponto de ônibus,de goles em garrafas amigas e golas mal-passadas de camisa.
Se o passado faz o presente,o presente faz o futuro,e o futuro o que fará?
As musicas que tenho que jamais quis ouvir, os LP"s empoeirados que falam mais de mim,que estas linhas que não falam do amor que sinto,sinto em segredo, pois assim a vida não se atreve a se contrapor ao destino que escrevo nas cartas de tarô, nas linhas da minha mão e no brilho dos olhos.
O disco riscado gagueja e não me importo, se a nossa canção ainda toca em mim.