domingo, 10 de setembro de 2006

Um domingo de futebol


O ar era de euforia,respiravasse berros e palavrões nem de longe lembrava uma manhã de domingo de missa,mas sim um feriado nacional que gostam de comemorar,era mais um domingo que antedcede a segunda,diferenciado apenas pelos tambores daquela torcida descamisada e desorganizada,musicos de uma melodia embriagada de alguns tum-tum que apenas quem tivesse passado da terceira cerveja entenderia a sinfonica ausencia de um compasso.
Um aperto,abraçados e queimados pelo sol que esquenta a arquibancada,mas que diferença faz se o coro entoa o refrão do hino recém criado, um e-oh-e-oh tricolor,mas algum menos alcoolizado lembrava que o uniforme do time tinha apenas duas cores, o poetico hino escrito no balcão deixava de existir,o time perdia tomava um surra historica,mas era merecedor já que sem hino,como aqueilo podia ser chamado de time se tornavam apenas onze jogadores em campo,os instrumentos pararam de tocar,um defrontava o outro,deixavam a arquibancada calados e insatisfeitos perguntavam ao bafo de cerveja porque acordaram numa manhã de um chato domingo.O jogo não estava nem na metade mais a torcida toda já declarava o fim,arquibancada vazia e todos cabisbaixo em direção ao estacionamento.
Até que atonito e desafinado um Zé mais bebado que todos os quaisquer,gritava emocionado as palavras que ninguem ouvia -cruzei o oceano,todo por engano,matei um cigano no jogo do tucano.
O barbudo da cuica,piscou pro barrigudo do surdo,e começaram os dois uma melodia e abraçaram,ergueram e trataram o bebado como um messias salvador,voltavam as pressas pra arquibancada o Tucana de Iracema,voltava ao status de grande time com hino,brasão e duas cores,a derrota foi inevitavél dentro de campo,mas fora estavam cada vez mais embriagados e roucos na mesma canção -cruzei o oceano,todo por engano,matei um cigano no jogo do tucano.